A presença de Anitta no Xingu, durante as gravações de um especial de TV, não passou despercebida. A cantora foi convidada para acompanhar o ritual do Kuarup, cerimônia tradicional que homenageia os mortos e reúne diferentes etnias em uma das celebrações mais importantes da cultura indígena.
O que era para ser apenas uma visita de aproximação cultural, porém, acabou se transformando em polêmica. A ativista indígena Ysani Kalapalo criticou duramente a participação de Anitta, afirmando que a forma como a artista se apresentou durante o ritual foi desrespeitosa. Para Ysani, estar vestida em um momento que exige pintura corporal completa e adereços tradicionais mínimos já seria suficiente para quebrar a essência do evento.

As críticas não pararam aí. A ativista também questionou as intenções da cantora, insinuando que sua presença teria mais a ver com marketing pessoal do que com verdadeiro interesse em apoiar as lutas indígenas. Segundo Ysani, “quem defende de fato a natureza e a floresta são os povos indígenas, não celebridades em busca de holofotes”.
Anitta, por sua vez, se manifestou nas redes sociais após a repercussão negativa. A cantora disse ter ido ao Xingu a convite das próprias lideranças indígenas e reforçou que viveu uma experiência única ao presenciar o Kuarup e encontrar o cacique Raoni, ícone na defesa da floresta amazônica. Para ela, o momento foi uma oportunidade de aprender, valorizar e dar visibilidade às causas indígenas.
O episódio abre espaço para um debate maior: até que ponto a presença de celebridades em rituais sagrados ajuda a dar visibilidade às tradições ou acaba banalizando o que deveria ser preservado? Anitta levou sua imagem global ao Xingu, mas também saiu de lá carregando críticas sobre o limite entre respeito e exposição.